A escravidão no Brasil teve início no século XVI. O objetivo era ultilizar os negros de suas colônias na África como mão-de-obra para os engenhos de açúcar, principalmente no Nordeste. Essenciais na manutenção da economia, os comerciantes vendiam-os como se fossem mercadorias, sendo que os mais jovens e saudáveis chegavam a valer o dobro do preço daqueles mais fracos ou velhos.
Os negros viam para o Brasil amontoados nos porões dos navios negreiros. Em condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao destino. Seus corpos eram jogados no mar.
A partir do século XVIII, a escravidão estava também presente em minas de ouro e alguns até em centros urbanos. Os escravos, de qualquer forma, eram tratados da pior forma possível. Expostos ao sol, trabalhavam muito e recebiam apenas trapos de roupa e uma alimentação de péssima qualidade. Eles passavam a noite em galpões escururos, umidos e de pouca higiene, chamados de senzalas. Nas senzalas, dormiam correntados para evitar fugas e eram constantemente castigados fisicamente, sendo que o açoite e tronco eram as punições mais comuns.
Eram proibidos de praticar sua religião de origem africana ou de realizar suas festas e rituais africanos. Tinham que seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho, além de adotar a língua portuguesa para se comunicar. Mesmo assim, não deixaram a cultura africana se apagar e escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, mantiveram suas representações artísticas e desenvolveram uma forma de luta chamada capoeira, que hoje, é utilizada como um tipo de dança.
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Porão de um navio negreiro |
As mulheres negras eram utilizadas como mão-de-obra doméstica nas fazendas de açucar, sendo cozinheiras, arrumadeiras e até mesmo amas de leite. No século XVIII, também conhecido como o Século do Ouro no Brasil, alguns escravos conseguiam juntar alguns "trocados" e comprar a carta de alforria, adquirindo sua libertade. Porém, o preconceito da sociedade e as poucas oportunidades acabavam por fechar as portas aos ex-escravos.
Na busca por uma vida digna, era muito comum revoltas nos engenhos em que grupos de escravos fugiam, formando comunidades bem organizadas, onde integrantes viviam em liberdade, através de uma ação comunitária, onde podiam praticar sua cultura, falar sua língua e exercer seus rituais religiosos. Essas comunidades eram chamadas de quilombos. O mais famoso foi o Quilombo dos Palmares, comandado por Zumbi que foi um símbolo de resistência a escravidão.
A partir da metade do século XIX, já no início da industrialização, a escravidão no Brasil passou a ser contestada pela Inglaterra, que estava interessada em ampliar seu mercado consumidor no país e também no mundo. O Parlamento Inglês aprovou a Lei Bill Aberdeen em 1845, proibindo o tráfico de escravos, dando o poder aos ingleses de abordarem e aprisionarem navios de países que faziam essa prática. Algumas vezes, navios negreiros que avistavam fiscalizadores se aproximando e não querendo pagar multa, acabavam por jogar os negros ao mar com as correntes, para que afundassem e não deixassem vestígios.
Em 1850, o Brasil cedeu às pressões inglesas e aprovou a Lei Eusébio de Queiróz que acabou com o tráfico negreiro. Em 28 de setembro de 1871 era aprovada a Lei do Ventre Livre que dava liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir daquela data. E no ano de 1885 era promulgada a Lei dos Sexagenários que garantia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade.
Somente no final do século XIX a escravidão foi mundialmente proibida. No Brasil, sua abolição se deu em 13 de maio de 1888 com a promulgação da Lei Áurea, feita pela Princesa Isabel.
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O tronco, uma punição que era comum aos escravos rebeldes |